terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

AMEBIASE EXTRA INTESTINAL





                                                                                     Amebíase Extra-Intestinal


 


1.       Amebíase hepática aguda não-supurativa e necrose coliquativa.

2.     Amebíase cutânea

3.     Amebíase de outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, etc.



                     DIAGNÓSTICO LABORATORIAL



     O diagnóstico laboratorial de E. histolytica é feito tradicionalmente através do exame parasitológico das fezes, em que geralmente são encontrados de cistos em fezes consistentes e trofozoítas em fezes diarréicas ou semidiarréicas.

Alguns aspectos devem ser considerados no auxílio do diagnóstico de E. histolytica , o tipo de recipiente utilizado par a coleta deve ser o fabricado especialmente para o transporte de amostras fecais, que normalmente são fornecidos pelo próprio laboratório. A quantidade de amostra para a análise deverá ser em torno de 30g, pois pequenas quantidades de fezes poderão não ser suficientes para um diagnóstico seguro. O tempo entre a coleta e a análise deverá ser breve não ultrapassando 30minutos. O material deverá ainda ser preservado fazendo o uso de fixadores específicos (MIF, APV, E SAF), quando o tempo de análise ultrapassar os trinta minutos. O número de amostras a ser coletado deve ser se possível várias coletas em dias alternadas, que irão propiciar um maior percentual de resultados positivos. Ainda devemos considerar a análise macroscópica das fezes, considerando-se a consistência, a cor e o aspecto líquido com muco e sangue deverão ser observados e anotados  na ficha do paciente.



Pesquisa direta do parasita nas fezes




·        Método Direto a Fresco Utilizando Salina à 37°


 


A pesquisa direta, tem como objetivo pesquisar formas móveis de amebas nas fezes.

A técnica consiste em colocar uma pequena porção de fezes misturada com a salina entre lâmina e lamínula, dando preferência às partes mucosanguinolentas quando presentes, e observar ao microscópio num aumento de 400x, em busca de presença de formas móveis de amebas, bem como o tipo de movimento apresentado pelo microrganismo. As formas móveis observadas emitem pseudópodes finos, longos e rápidos partindo de vários pontos do corpo do parasito. Pode ainda ser observado um ectoplasma é hialino e distinto, o endoplasma é granuloso e de fácil observação, os vacúolos digestivos, que podem aparecer com hemácias fagocitadas ou com conteúdos hemoglobínicos, são bem observados no endoplasma. O núcleo, normalmente não é observado nas preparações à fresco.



·        Método Direto a Fresco Corado Pelo Azul de Metileno



Esse método tem por objetivo pesquisar formas vegetativas de amebas em fezes diarréicas, procurando evidenciar suas estruturas citoplasmáticas e nucleares. Observa-se uma perfeita distinção entre o ectoplasma e o endoplasma, o primeiro corado em azul claro e o segundo mais fortemente corado, observando-se vacúolos digestivos contendo uma ou várias hemácias coradas em azul escuro. O cariossoma apresenta-se como um pequeno ponto central ou ocasionalmente excêntrico corado em azul escuro.



·        Método de Coloração Pela Tionina (identifica formas vegetativas e císticas)



·        Método de Coloração Pelo Triocrômio (identifica cistos e trofozoítos)



       Quando a fixação do esfregaço é adequada, observam-se com clareza as estruturas citoplasmáticas e nucleares dos protozoários e o citoplasma cora de verde azulado. Já a cromatina nuclear dos trofozoítos e dos cistos, bem como os corpos cromatóides dos cistos, hemácias e bactérias dentro dos trofozoítos coram em vermelho púrpura. Outros materiais existentes no esfregaço como leveduras, células teciduais, etc. tomam uma cor verde. Os cistos de E. histolytica tomam uma cor púrpura menos acentuada que os cistos da E. coli.



·        Pesquisa de Cistos nas Fezes Pelo Método de Faust



     Este método fundamenta-se em uma diferença de densidade em que os cistos flutuam quando tratados por uma solução de sulfato de zinco a 33% com densidade 1,180. Permite a identificação de cistos, que são corados com lugol.



·        Técnica de Coloração por Hematoxilina Férrica



      A hematoxilina férrica utilizando fezes preservadas é sem dúvida, o método que maior segurança oferece na identificação e no diagnóstico da E. histolytica.

     Os trofozoítas apresentam uma cor cinza-azulada, diferenciando-se de estruturas de tonalidades escuras. Seu tamanho varia entre 15 a 60 micra.

     O citoplasma é distinto e observa-se uma nítida diferenciação entre o ectoplasma e o endoplasma, principalmente se a forma observada estava emitindo pseudópodes quando da sua fixação. O ectoplasma apresenta-se hialino com uma coloração cinza-clara, diferenciando-se do endoplasma, que se apresenta granuloso e mais intensamente corado. No seu interior pode-se observar uma ou mais hemácias coradas de negro, evidenciadas nitidamente por um halo claro em toda sua parte externa. O núcleo geralmente não é central, permanecendo em local afastado da emissão dos pseudópodes, corando suas estruturas em negro. O cariossoma geralmente é central, mais corado, os grânulos de cromatina são escuros e distribuídos uniformemente no interior da membrana nuclear.

     A forma pré-cistica é geralmente esférica, podendo apresentar-se oval, corando em azul-acinzentado e não apresentando diferenciação entre o ectoplasma e o endoplasma. O vacúolo ocupa 2/3 do parasito, que é o vacúolo de glicogênio, pouco corado. Os corpos cromatóides, corados em negro, se apresentam como um ou dois bastonetes de tamanhos diferentes. O núcleo se apresenta um pouco maior na forma pré-cistica. O cariosoma é grande, de aspecto geralmente uniforme.

     Já nos cistos pode-se observar uma nítida membrana cística corada em negro e o citoplasma se apresenta em uma cor cinza-azulada contendo um vacúolo de glicogênio grande e não corado. Os corpos cromatóides, mais freqüentes nos cistos imaturos, coram em negro e apresentam-se em quantidades variáveis, porém dificilmente são observados nos cistos tetranucleados.



Pesquisa de Amebas nos Tecidos




     A pesquisa de E. histolytica  nos tecidos é realizada através da coleta do material por biópsia, e examinada imediatamente a fresco e após coloração especial.



Pesquisa de Amebas nos Exsudatos




     As formas vegetativas de E. histolytica poderão ser encontradas nos exsudatos (escarro, vômitos e principalmente em material coletado por punção de abscesso hepático). A amostra deve ser examinada a fresco e corada pela hematoxilina férrica.



Testes Imunológicos


     Os testes imunológicos são positivos em 95% dos casos de pacientes com abscesso hepático amebiano, em 70% dos pacientes com amebíase intestinal invasiva. As técnicas imunológicas mais usadas atualmente são hemaglutinação indireta reação de fixação do complemento, aglutinação do latéx, imunofluorescência indireta e ELISA.


     A reação de hemaglutinação e a fixação do complemento são muito sensíveis, tendo o inconveniente de deixar dúvidas se a infecção é recente ou antiga, sendo que por estas técnicas não é possível avaliar se os anticorpos são da fase crônica ou aguda.

O teste de aglutinação do látex é cara e não tão sensível quanto ao da hemaglutinação.

A imunofluorescência indireta é um método muito bom, com boa sensibilidade e especificidade, porém os títulos são baixos em todas as fases da amebíase ulcerada.

O ELISA é o teste mais usado, pois é de fácil execução e  muito sensível.

AMEBÍASE INTESTINAL


AMEBÍASE INTESTINAL                                                                                                                                                                                    Nomes alternativos:
disenteria amebiana, amebíase intestinal
Definição:
Infecção do intestino grosso provocada por um parasita minúsculo (ameba).
Causas, incidência e fatores de risco:
O parasita pode viver no intestino grosso sem provocar doenças ou pode invadir a parede do cólon, provocando colite, disenteria aguda ou diarréia crônica. A infecção também pode se propagar pelo sangue para o fígado e, raramente, para os pulmões, cérebro ou outros órgãos. A amebíase está presente no mundo todo, mas é mais comum em áreas tropicais, onde as condições de moradia em que as pessoas vivem apinhadas e as condições de saneamento ineficiente são propícias. A África, a América Latina, a Ásia Oriental e a Índia têm problemas de saúde significativos associados a essa doença. Nos EUA, a amebíase é vista com freqüência cada vez maior entre os homens homossexuais.

A transmissão ocorre por meio da ingestão dos cistos na comida ou água contaminada pelas fezes, uso de fezes humanas como fertilizante e contato de pessoa para pessoa. Baratas e moscas domésticas também podem propagar os cistos. (Há uma estimativa de 50 milhões de casos de amebíase no mundo todo, com 40.000 a 50.000 mortes por ano).

Os sintomas típicos da amebíase intestinal consistem em diarréia freqüente com cólicas ou dor abdominal na forma de cólica. A dor ao evacuar (tenesmo) é comum. A diarréia pode conter sangue ou muco. Ataques não complicados podem durar até duas semanas e as recorrências são comuns, a menos que seja feito o diagnóstico e a pessoa seja tratada. A propagação da ameba para a parede do cólon pode ocorrer em cerca de 8% a 10% dos casos e para o fígado em aproximadamente 1%.
A desnutrição, o alcoolismo e a imunossupressão predispõem a pessoa à doença mais grave. Uma viagem recente a uma região tropical é um fator de risco. Nos EUA, pessoas com deficiência mental internadas em instituições e homens homossexuais são considerados grupos de alto risco.
Figuras









segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PARASITA HOSPEDEIRO

 

              Parasitas são organismos que vivem em associação com outros aos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo.
Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são causadas por seres considerados, em última análise, parasitas.
O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afectar as funções vitais, como é o caso dos piolhos, até poder causar a sua morte, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogénicas. Neste caso extremo, o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro, mas em muitos casos, o parasita pode ter-se reproduzido e disseminado os seus descendentes, que podem ter infestado outros hospedeiros, perpetuando assim a espécie.
Algumas espécies são parasitas apenas durante uma fase do seu ciclo de vida: o cuco, por exemplo, é parasita de outra ave apenas na fase de ovo e juvenil, enquanto que os adultos têm vida independente.

                           Classificação
Os parasitas podem classificar-se segundo a parte do corpo do hospedeiro que atacam:
Outra forma de classificar os parasitas depende dos hospedeiros e da relação entre parasita e hospedeiro:
  • Parasitas obrigatórios só vivem se tiverem hospedeiro, como os vírus
  • Parasitas facultativos não dependem do hospedeiro para sobreviver, e sim optam por parasitá-lo.
Os parasitas obrigatórios são considerados mais adaptados para o parasitismo que os facultativos, uma vez que possuem adaptações para isso. Muitas vezes, um hospedeiro obrigatório desenvolve defesas contra um parasita e, se o parasita consegue desenvolver um mecanismo para ultrapassar essas defesas, pode levar a um processo chamado co-evolução. Os parasitas mais comuns são: os vírus, as bactérias, os vermes, os artrópodes e os protozoários
                      Adaptações do parasita
As adaptações ao parasitismo são assombrosas - desde a transformação das probóscides dos mosquitos num aparelho de sucção, até à redução ou mesmo desaparecimento de praticamente todos os órgãos, com excepção dos órgãos da alimentação e os reprodutores, como acontece com as ténias e lombrigas.
Alguns parasitas são de tal forma modificados que se torna difícil associá-los a espécies afins que têm vida livre, como acontece com muitos crustáceos (por exemplo, o rizocéfalo).
Um outro caso de adaptação relaciona-se com a sua forma de disseminação: nos casos do plasmódio da malária ou da bilhárzia, a reprodução sexuada não se dá dentro do hospedeiro, mas sim dentro doutra espécie, que pode servir apenas de vector para a infecção de outro hospedeiro.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011